quarta-feira, 10 de julho de 2019

Perda de tempo não aproveitar

Queria escrever sobre o dia que eu vivi o refrão de uma música com o cara que canta.
Eu tinha plena convicção de como ia ser o desenrolar da história e eu queria viver aquilo. Acabou o show e a mensagem no directo do Instagram veio. 
“Vem em direção ao camarim. O fulano vai aí te buscar”.
E eu fui!
Entrei na van, sentei na penúltima fileira e esperei ele chegar. Ele entra e nos leva pra fileira de trás. A última. Ele e o copo de jack daniels com energético e um sorriso branco cor de algodão. Cheio de corrente e uma voz inconfundível. Que eu já tinha ouvido inúmera vezes no meu fone de ouvido. Fazia frio. Acho que a sensação térmica era de 1c e o nosso assunto sobre frio foi longo. Ele dizia que não sabia que aqui fazia tanto frio assim e agradecia o motorista da van pelo ar quente. Perguntou o que achei do show, se tinha bastante gente, se o pessoal tinha curtido. Contou os lugares que mais gostou de tocar e que por Porto Alegre ele tinha um carinho especial. Mostrou o hotel que ele ficou das vezes que veio pra cidade no início da carreira e fez uma pausa na fala como quem tinha orgulho de onde ele tava agora. Perguntou minha idade e falou sobre signo. Que os nossos signos combinavam e que leoninas eram orgulhosas. Perguntou quanto tempo eu morava do hotel e qual bairro era a minha casa. 
Chegamos no hotel, eu fui dar meu nome na recepção e ele gravar vídeo falando do show que ia fazer no outro dia. Teve que gravar 2x pq ficou envergonhado comigo olhando ele fazer a introdução. Eu vi!
Assinei o papel da entrada enquanto ele gravava e logo em seguida subimos. O quarto era o 1011! dez ONZE! Meu número da sorte na minha noite de sorte.
Ele ligou o ar, tirou a roupa do show e deitou. Eu sentei na cama, tirei minhas botas cano alto e fui no banheiro. Me olhei no espelho e sorri. Era ali mesmo que eu me imaginava. Naquela companhia.
Ele elogiou minhas meias e disse que ia pegar pra ele. Eu ri. Deitei com ele e ele falou que eu tinha um sorriso bonito. E eu mal consegui falar obrigada. Nos beijamos e nos enrolamos embaixo das cobertas. Era diferente a forma como ele me puxava pra perto e como falava besteira.
E eu tendo o prazer de sentir aquela brisa e aquele clima quente naquela noite fria. De ouvir no pé do ouvido quase todas as partes das músicas que eu curtia. E sentindo tesão no jeito como ele me olhava e sorria de canto de boca. Conseguindo admirar todas aquelas tatuagens e sentindo o gosto daquela boca. E ele foi tudo que eu queria que ele fosse. Soube conduzir e me deixou à vontade. Me levou de um lado ao outro sem pressa e queria a todo custa me levar ao extremo. Perguntava como eu gostava e aquele sotaque me arrepiava. Foi até o fim sem perder o embalo e me fez aproveitar de todas as formas o que ele tava me proporcionando. 
Deitamos um ao lado do outro e ele coloca uma musica. A voz era a dele mas eu não conhecia. Era uma musica que ainda não tinha sido lançada e que ainda tava em fase de gravação. A letra parecia muito o que a gente tinha acabado de viver e eu fiquei querendo ouvir o tempo inteiro. Ele ria. Coloquei meu vestido e deitei no peito dele. Nos cobrimos e ficamos em silêncio ouvindo poesia7. Até que ele me questiona: tu prefere o poesia6 ou o poesia7? Com um ar de cutucada... não respondi. Fiquei ali vivendo aquele momento passando a mão no cabelo dele e sentindo o cheiro de suor com perfume. 
Dormimos e eu acordei com ele todo em cima de mim. Com a perna e o braço enroscado no meu corpo e o rosto no meu pescoço. E eu sem me mexer. Ficamos juntos, de conchinha, agarrados e de mãos dadas. Vivi uma noite intensa gostando de saber que no outro dia aquilo não voltaria acontecer mas com a certeza que vivi do jeito que eu mais gosto na vida: aproveitando todos os momentos. 

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