domingo, 28 de agosto de 2016

Resurgiu

Ele voltou. E foi bem parecido com a primeira vez que ele veio. 
Fazia calor - em pleno agosto -, a festa tava lotada e ele usava a mesma camisa. E a gente se cruzou e eu fingi que não o vi, até que de repente alguém me puxa.
"Vou te dar oi aqui já que na faculdade tu não olha pra minha cara".
E eu juro que essa seria a frase que eu soltaria à ele depois de beber mais uns 2 copos de vodka e energético. Mas não precisei. Ele tirou as palavras da minha boca e como sempre, me arrancou um sorriso.
Discutimos durante um bom tempo sobre o motivo de estarmos dentro de uma mesma sala de aula, todas as quartas-feiras, e simplesmente, passarmos reto um pelo outro. 
Logo depois eu disse que ia ir com as minhas amigas e ele, como sempre, usando o pouco caso, me incentivando a ir. E eu fui.
E quando eu já estava no auge da minha euforia, ele reaparece. Como sempre, como de costume. E depois dai, não nos soltamos mais.
Foi tudo como eu sempre quis num momento que eu não planejava. Ele continuava igual, com o mesmo sorriso de canto de boca no final dos beijos e com a mesma forma de pegar no meu cabelo. Ele me puxava pra perto e no ritmo da música me fazia sentir o que eu sentia falta. Sim, ali eu percebi que mesmo me entregando pra outros corpos, o jeito como ele me trazia pra perto dele, era o jeito que eu mais gostava. E eu deixei escapar por entre nossos beijos a falta que eu sentia. E ele sorriu. E eu sorri pelo simples fato dele ter esboçado um jeito único de transparecer o quão surpreso ficou com aquele meu comentário. 
E parecia que as horas não passavam, eu juro. Acho que o tempo parou pra nós matarmos um pouco das nossas vontades e só terminou no meu quarto. Com ele deitado do meu lado e eu no peito dele sentido aquele cheiro que era inconfundível. E eu olhava pra ele dormindo e meu coração pulava. 
Eu vivi uma noite que já tinha descartado a possibilidade da existência. Mas eu sei que ele some e sei também que mesmo sem notar, sempre vou estar esperando pelo dia que ele volte, de mansinho, sem muito dizer e muito querendo, ser nosso de novo. / av

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