domingo, 22 de maio de 2016

(A)guardei

Acabou! Acabou aquilo que mal tinha começado e eu não estou me martirizando por não ter dado certo com alguém que eu tinha certeza que não tinha nada de errado. Foi pouco tempo que nos tivemos e esse espaço de tempo só me restou um pedaço teu. Ficou nas minhas lembranças aquelas nossas conversas por telefone e risadas no final de tarde. Não sofro mas sinto que algo me falta. É recente e tu fostes alguém que em pouco tempo chegou tomando conta da confusão que se encontrava em mim e sem perceber, organizou tudo. Organizou, me fez bem e se foi. Como eu já esperava; ou melhor... Não esperava algo diferente de alguém tão imprevisível que já deixava claro que um dia se ia. E foi, como quem some durante a semana e nunca mais retorna. E me surpreende por eu não esperar mais o seu retorno. Te vejo e algo em mim não deixa trazer a tona todos os sorrisos que me arrancastes e pouco me importa se tu cortastes o cabelo ou colocou aquela camisa jeans que eu adoro. 
Eu te analiso e te enxergo como alguém frio e não entendo como conseguia me manter tão aquecida e aconchegada nos teus braços. Eu gostava de fica lá, entrelaçada nos teus abraços repentinos e gostava dos teus sorrisos de canto que sempre me dava depois que nos beijávamos. Gostava quando eu não conseguia arrumar motivo para brigar, apesar de todos as pisadas na bola que tu insistias em dar e não se ligar, ou talvez não se importar se aquilo me deixava chateada.
Eu me satisfazia com a tua presença e teus carinhosos cuidadosos me traziam a paz que eu tanto precisava. Guardei teu sorriso mais bonito e teu moletom. Guardei teu cheiro marcante e tua constante mudança de humor. Guardei nossas fotos e aquelas risadas altas que tu me fazia soltar ao ar. Vou continuar te guardando e talvez aguardando o dia em que tu, inesperadamente, apareça com aquela ligação como quem não quer nada me convidando para irmos num bar qualquer do centro da cidade. Aguardo te ver passando por mim e não passando mais nada de incertezas quanto o que eu vinha sentindo por ti, por alguém que eu não consegui aprender a conviver com as tantas faces e mudanças repentinas de vontades. /a.v

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