terça-feira, 25 de março de 2014

Minha bagunça, organizada


Minha mãe sempre me disse que nossos sentimentos refletem no nosso roupeiro. Hoje resolvi abrir as portas do meu não apanas para pegar a roupa que iria para a faculdade, mas para observar como estava o que eu tenho aqui dentro. E confesso que levei um susto. Que desorganização é essa que eu nunca tinha visto antes. Minhas roupas sempre foram separadas por cor e tamanho, como que agora estavam todas misturadas e desdobradas? E eu nem tinha percebido. Tirei pilha por pilha, coloquei tudo em cima da cama e comecei a dobrar. Uma por uma, peça por peça. Eu dobrava aquilo como se estivesse dobrando minhas próprias bagunças. Organizando por tamanho como se fosse a posição das pessoas na minha vida e me impressionei com a facilidade que eu tive para empilha-las. As que eu menos gostava continuavam lá em baixo, as que não faziam tanta diferença no meio e a minha preferida sempre em cima. Sempre, sem nem um esforço ela estava la. Por mais que eu tentasse colocar outra em cima, o tamanho que ela tinha sido dobrada, não permitia. E ela voltava para baixo. E parecia que ela ficava tão bem ali, que aquele realmente era o lugar dela. Demorou um pouco para eu resolver abrir as portas do meu roupeiro e notar que a bagunça era grande. Eu já estava até achando ele pequeno de mais. Mas agora ele está lá, impecável, com tudo no seu devido lugar. Sem roupas velhas por cima das novas, nem desdobradas como se tivesse passado um furacão ali. Esta tudo perfeitamente organizado, dentro do roupeiro e dentro de mim. Por fim, tudo no seu lugar. / a.v

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